domingo, 25 de julho de 2010

3 meses.

Acordei no meio da noite procurando uma estrela aonde eu podesse segurar-me mas nada almejei. Procurei, ergui meus braços e nada, simplesmente nada.

Acordei no meio de uma outra qualquer noite procurando obter algum progresso e, quando eu estava quase a desistir, uma mão, leve e serena apanhou meu braço, e guiou-me aos céus que, naquela noite, estavam limpos como um alma que acabará de aqui na terra chegar.

Se era sonho ou não, eu não sei, mas pude voar de olhos fechados e analisar situações e presenciar sentimentos dos quais eu nunca havia visto, ou até mesmo sonhado,

Saí da mesmisse do dia-a-dia, e lá em cima, depois de perder o medo de cair, percebi que seria impossível de acontecer o pior, pois um anjo segurava meu braço e me dizia coisas maravilhosas, e que tudo iria ficar bem. E tudo estava bem.

O vento, vocês não vão acreditar, era como uma suave música que penetrava em meus ouvidos. Eu só tinha a missão de deixar aquele momento transparecer com total normalidade e esquecer de que aquilo, era um sonho. Ou não.

Não sei ao certo o que houve. Pela manhã e em todas as manhãs seguintes, eu acordava no jardim de casa escutando o mesmo som do vento da noite anterior, o mesmo vento, o mesmo suspiro.

Eu estava com 56 anos, e já não sabia mais o que eu ainda poderia presenciar nessa vida ou não. Não sabia mais no que acreditar. Se algo daquilo que havia ocorrido era real ou não, eu não sei, mas algo dizia-me que era para acreditar. Aquela voz, aquele anjo faziam eu acreditar...
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