quinta-feira, 29 de abril de 2010

Slavoj Žižek - Concepção sobre um Gênio Moderno

Não, não estou aqui para transformar alguém em comunista ou mandar-te deixar o Capitalismo de lado, tanto que, o Comunismo é um sistema ruim ao meu modo de ver, e implanta-lo na nossa sociedade, seria pior do que...Ah, seria pior que alguma coisa muito ruim! hahá
Pois bem, cá estou para falar um pouco sobre Slavoj Žižek. Slavoj Žižek na Liubliana, no dia 21 de Março de 1949. É um sociólogo, filósofo e crítico cultural esloveno. Eu vou colocar algumas coisas que eu acho interessante sobre ele, e logo a seguir, um vídeo caso queiram assistir!

''Excesso de Superego'' – Este conceito pode ser materializado na figura do coronel Kurtz (Marlon Brando em Apocalipse Now) ou até mesmo, a meu ver, na personagem Mestre Ubu. Ambos simbolizam o pai primordial freudiano por excelência, o pai obsceno do gozo ao qual nenhuma lei simbólica opõe um limite, o Mestre absoluto que ousa confrontar-se com o Real do gozo aterrador. A sua supra-identificação com o sistema leva-o a tornar-se o excesso que o sistema, posteriormente, é obrigado a eliminar. Bin Laden, Hitler e Estaline são figuras que cabem dentro deste conceito. O que permanece fora do nosso horizonte é a perspectiva de uma acção política quebrando o círculo vicioso do sistema que engendra o excesso do seu superego, uma violência revolucionária que já não assentaria na obscenidade do superego, passada essa primeira fase de ostentação do verdadeiro bacanal da destruição, da despesa supérflua, puramente revolucionária. É este acto impossível, em que a violência revolucionária já não assentaria na obscenidade do superego, que todavia ocorre em qualquer autêntico processo revolucionário. Note-se ainda que, para Zizek, o desejo pio de privar a revolução deste excesso é simplesmente o desejo de ter uma revolução sem revolução. A grande diferença entre Lenine e Estaline consiste primeiramente na explosão da energia leninista puramente destruidora, portanto liberatória, para o cabouco estalinista e obsceno da Lei: Lenine é revolucionário e Herói, enquanto Estaline é ditador totalitário, resultado do excesso de Superego estatal que teria de ser eliminado.

''Crentes pós-modernos'' – Para o animal humano, é difícil e, até mesmo, traumático aceitar que a sua vida está ao serviço de uma Verdade e que não é simplesmente um processo estúpido de reprodução e busca de prazer. É desta forma que a ideologia parece funcionar hoje no nosso autoproclamado universo pós-ideológico: desempenhamos os nossos mandatos simbólicos sem os assumirmos verdadeiramente, sem os levarmos realmente a sério. Um pai, por exemplo, encarna o papel simbólico de pai, mas acompanha esse papel com um fluxo constante de comentários irónicos e reflexivos denunciando a convenção estúpida da paternidade. Gozamos com as nossas crenças, mas continuamos a praticá-las, ou seja, continuamos a confiar nelas como estrutura em que assentam as nossas práticas quotidianas. Em suma, é sempre a mesma história que nos é contada, embora surja com deslocações, auto-ironia e distanciamentos brechtianos. Ora, a verdadeira função destes últimos mecanismos referidos consiste precisamente em conservar essa história tradicional como relevante para a nossa época pós-moderna – impedindo-nos assim de substituí-la por uma nova história. Se pretendemos levar a sério a ideologia liberal hegemónica, não é possível ao mesmo tempo ser inteligente e honesto: ou se é completamente idiota ou cinicamente corrupto.



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