Em questão de segundos, eu estava cego. Cego para a vida, cego para o mundo.
Passei anos vivendo sem saber o que eram as cores. Eu havia perdido o singelo olhar, o singelo manisfesto da dança das folhas.
Pude então, contemplar o mar. Mesmo sem olhar, mesmo sem a minha visão, contemplei-o a partir da audição. Pelo grito da liberdade.
Senti o vento, senti o barulho de uma onda batendo na outra, elas estavam namorando. Pude então, a partir da tranquilidade da alma,ver o azul dos céus, o colorido das folhas, o estouro na minha vida. A razão de tudo aquilo, sem temores. O singelo manifesto do grito de minha perdida alma, o manifesto da libertação do obscuro. O surgimento do meu novo sujeito.
André, o estouro da dança das ondas, no abrir da janela para deixar o sol ou a cinza dos dias, bem assim: que seja doce. o mar em tela plena, e do dentro que acorda, na aquarela de olhos contemplativos, a fazer renascimento como nascente, buscando morte para luz que não ofusca, consome e se refaz.
ResponderExcluirPs.: Belas palavras, enamorada pelo Jardim Discreto.
Abraços
Priscila Cáliga