domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sonhos de Papel!

Analiso, com total perfeição, a chama que meu pai acendeu naquela noite de verão. Nela havia vida e ao som de Paranoid android, tudo aparentava relativamente e sutivelmente, ser possível.
Não bastava apenas analisar papéis sendo queimados, mas sim, o que constava naquelas velhas folhas, que papai jogará fora, e continha tantos segredos, sobre mamãe. Eram folhas de papel, havia consistência, eram difíceis de queimar, demoravam a arder diante daquelas chamas e virar brasas, parecia que, eram tantas mentiras, tantas impurezas, que nem ao fogo haveria algum sinal de perdão, e sim, um único, puro desespero.
Papai estava cansado, mentalmente e fisicamente longe de sí, apagou seu último cigarro, e para cama foi, dormir, sem falar-me nada, sem ao menos, dar-me boa-noite. Não havia chamas, e agora, restando apenas a minha pessoa diante daquela churrasqueira elétrica que papai com mamãe comprará no verão passado, sobrava-me apenas lembranças daquele vasto inverno, e uma ‘imitação de churrasqueira’ em minha frente. Decidi carregá-la para fora, assobiei para o lixeiro que passava, e mandei-o levá-la para bem longe, longe de papai, e de minhas lembranças, fui dormir.
Era outono, e eu não sabia, era quente, mas apenas isso eu percebia e, a presença de papai eu não havia mais, mas o mais impressionante foi ver a churrasqueira elétrica, ao lado de minha cama, com um bilhete, sem assinatura, sem pista alguma: “Não poderás, nem de longe, jogar seus bens fora, porque se um dia você errou, os seus erros voltaram, assim como as chamas e suas folhas de papel”.

Um comentário:

  1. Muito bom mesmo... Como sempre lhe disse e repito, sempre achei que você deveria expor mais suas idéias, pois elas são muito boas, ai está a prova!
    Adorei, no more mistakes please! uhauahuah
    Beijoooos

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